Sempre
dizemos que o método Kumon induz ao autodidatismo.
Mas o
que seria ser um aluno autodidata e qual a sua importância na sua formação
profissional e pessoal?
O Kumon
é um método de ensino diferente, individualizado, independente e, muitas vezes,
mais eficaz do que qualquer outra forma de se adquirir conhecimento; ele trata
de como uma pessoa pode tornar-se um autodidata - alguém capaz de aprender por
si próprio, ou ensinar a si mesmo.
Tornar-se
um autodidata não é tarefa para qualquer um. Há pessoas que precisam de
professores para aprender e não há nenhum mal nisso. Na verdade, ser autodidata
não significa abrir mão dos professores. A grande vantagem de ser um autodidata
é aprender mesmo quando não é possível ou quando não existem professores
disponíveis.
Um autodidata torna-se soberano e independente.
A
parte mais valiosa do processo do auto-aprendizado é o saber conseguido por
seus próprios meios. Sem depender de outros e, principalmente, sem a
influência, algumas vezes maléfica, que os guias podem trazer.
Quem não detesta uma disciplina em razão de traumas
causados por um mal professor? Isso representa um prejuízo sem tamanho para o
estudioso: a disciplina não é ruim por si, e nem o mundo deixará de exigir seu
domínio simplesmente por ter tido o estudante a infelicidade de sofrer a má
influência de um amargurado qualquer.
Isso não é algo teórico nem difícil de se
conseguir. Digamos que você queira aprender a fazer páginas para a Internet.
Feche os olhos e pense: "Eu vou aprender a fazer páginas para Internet.
Vou procurar informações por minha própria conta. Se necessário eu compro um
livro ou peço ajuda a alguém. Mas vou aprender."
Esqueça de pensamentos do tipo
"- É difícil.", ou
"- Alguém irá me ensinar".
Fechou os olhos? Pensou? Parece-lhe difícil? Então
voltemos ao modo tradicional de aprender. Quem seria seu melhor professor? Em
algum lugar ele existe! Vamos construir seu perfil, que isso facilitará a
tarefa de encontrá-lo. Como seria ele?
- Alguém que soubesse exatamente o que você quer
aprender;
- alguém que entendesse seu jeito de ser;
- alguém que entendesse seu ritmo de aprendizado
e o aceitasse;
- alguém que seja capaz o suficiente;
- alguém que não o pressione além dos seus
limites;
- alguém que não pare de lhe ensinar
simplesmente porque acabou o período das aulas;
- alguém que esteja sempre disponível no horário
de que você dispõe;
- alguém que se interesse pelo tema tanto quanto
você.
E por aí você pode prosseguir com suas próprias
exigências. Feche os olhos novamente e pense um pouco. Onde encontrar tal
mestre? Quem poderia ser essa pessoa?
Sem lhe conhecer pessoalmente, eu já tenho a
resposta. Provavelmente você também já tenha. Você mesmo! Claro, quem seria tão dedicado a lhe ensinar a
não ser você mesmo?
Mas agora há a diferença crucial: você irá em busca
do conhecimento. Ativamente. Com total disposição. A escolha é sua. Seu
professor é você mesmo. O ritmo é o seu. O avaliador é você.
Não pode haver melhor escola.
A grande maioria das pessoas têm as ferramentas
necessárias para se tornar um autodidata. Apenas algumas as desenvolvem
naturalmente e fazem uso delas. As demais se dividem em dois grupos: os que se
rendem à necessidade do saber e vão para escolas, nem sempre boas e que,
invariavelmente, deixam aquela sensação de "o curso não foi tão bom assim...";
e um outro grupo que sucumbe à ignorância e se torna dependente de quem detém o
conhecimento. Não há época ou idade para se desenvolver ou utilizar essas
ferramentas.
É uma questão de necessidade mas, principalmente,
de amadurecimento. As ferramentas necessárias a um autodidata são:
- Curiosidade ou Necessidade
- Ambição
- Disciplina
- Postura
Há uma infinidade de situações que exigem
disciplina para que possamos conviver em sociedade. Sabemos que a disciplina
assim estabelecida, sem exageros e sem tolher a liberdade, é adequada,
necessária e produz bons resultados para todos. Ou seja, a disciplina em uma
boa ferramenta em várias situações.
O uso da disciplina em benefício próprio é algo que
requer alguma prática, mas é essencial a quem busca o conhecimento. O autodidata
deve impor objetivos (o que aprender, com que profundidade), estabelecer
táticas para atingir seu objetivo (onde, como e o que pesquisar) e propor
prazos. O melhor tipo de prazo é aquele que estabelece ritmo para o estudo: uma
hora por dia, por exemplo. Mas pode-se também estabelecer prazos finais para se
atingir os objetivos, dedicando-se o tempo que se julgar necessário a cada dia.
Se alguém sabe eu também posso saber. Eu sou capaz
de saber. E eu posso saber mais. E posso mesmo descobrir que o que se sabe está
errado e deve ser descartado. E o que o professor diz é questionável. Aquilo é
ou é apenas o entendimento ou a interpretação dada pelo professor?
A todas estas dúvidas, responde o autodidata:
"Eu sou capaz de entender, vou entender." Copiar o que os outros
fazem não é algo adequado.
O autodidata normalmente volta à pergunta original
que lhe fez despertar o interesse pela questão e apreende o todo segundo sua
necessidade, seu próprio método e pela sua própria satisfação. Isso é soberania.
O kumon é isso: Aprender de forma independente com
o maior comprometimento de tempo que se permitir ou conseguir alcançar, seja
esse período minutos ou horas por dia. Manter-se comprometido a um cronograma e
minimizar as distrações vai ajudar você a se manter mais eficiente.
Você precisa ter consciência de suas fraquezas e
pontos positivos e prevenir que possíveis problemas e obstáculos desanimem e
prejudiquem seu desempenho. O Kumon permite que você
resgate falhas no aprendizado, desenvolvendo boa memória, raciocínio, capacidade
de concentração e tantas outras
habilidades.
O fato de que você está engajado em uma atividade
de aprendizado independente já demonstra certo grau de motivação, porém, mesmo assim, ela deve
ser sempre mantida e alimentada. Manter um padrão, regras ou cronograma de
estudos ajuda você a perseverar mesmo quando os objetivos parecem estar longe
demais para serem alcançados.
Se você começou esse curso sozinho, nada pode
exigir de você que o finalize. Se perceber que não está conseguindo conciliar
todas as suas responsabilidades com o curso, interrompa o processo e retome
quando tiver o tempo disponível. O importante é que tudo seja feito com uma
mentalidade positiva, sem cobranças exageradas ou expectativas fantasiosas.
Você precisa saber sempre mais. Desde que
sabia o básico primeiro.
Bibliografia: Agostinho Rosa: "Como tornar-se um autodidata"